quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Apresentação Pública dos Símbolos Heráldicos da Freguesia de OVAR - 1 de Dezembro de 2010











Ovar
Resumo Histórico

A Freguesia de Ovar, rodeada de pinhais, é atravessada pelos ribeiros da Graça e das Lajes. O seu orago é S. Cristóvão, celebrado em Julho, embora na Freguesia muitas outras festividades se realizem, como é o caso das Procissões da Quaresma, as Festas do Mar e o famoso Carnaval de Ovar. Organizado desde 1952, o Carnaval de Ovar é o maior acontecimento turístico da região, atraindo centenas de milhares de visitantes; a preparação deste magnífico acontecimento envolve, durante todo o ano, um grande número de pessoas que executam as máscaras, fantasias, adereços, carros alegóricos, e todas as tarefas de organização.
O topónimo "Ovar" parece vir do baixo latim "villa odoari", "a quinta de Odoaro", embora não seja de excluir a sua ligação a um étimo pré-romano. Designava-se antigamente "Var" e "O Var', daí surgindo os  apelativos varino e vareiro aplicados às gentes e às coisas respeitantes a Ovar.
Onde hoje se situa Ovar, existiam antigamente a Vila Ovar e a Vila Cabanões. Do século X, aparece um documento de doação de Cabanões, do rei Ordonho II de Leão ao Bispo de Coimbra, onde se regista que em Agosto de 929 o monge Toresário vendeu uma parte das salinas desta região, ao convento de Moreira. Este documento mostra que, na altura, a indústria do sal tinha aqui grande importância, encontrando-se referências às salinas até ao início do século XIV (supõe-se que tenha desaparecido devido às modificações naturais sofridas pela ria de Aveiro).
Ovar sempre recebeu dos monarcas vários privilégios, entre os quais a isenção do pagamento de lutuosa. Recebeu ainda foral novo de D. Manuel I a 10 de Fevereiro de 1514. Senhorialmente, pertenceu aos Condes da Feira tal como quase toda a área das 'terras de Santa Maria. Extinta a casa, a maior parte dos seus bens e direitos reverteram para a Casa do Infantado. Em 1884, o monarca D. Luís concedeu a Ovar o estatuto judiciário de comarca.
Apesar de os séculos XlX e XX se caracterizarem pela emigração, a população ovarense apresentava ainda nos finais do século XIX um crescimento contínuo, permitindo que fosse terra próspera com os seus negócios de vinhos, cereais, sal, conservas e a ourivesaria, que faziam afluir compradores de todo o país.
A agricultura e as actividades ligadas à pesca sempre foram a base da economia local. Em 1773, chegou a Ovar, vindo de França, João Pedro Mijoulle, que aqui implantou a técnica da salga do
pescado. É anterior a esta época a tradição da arte xávega, cujos excedentes eram postos em salga, conservando-se assim o pescado.
Famoso também de Ovar é o típico pão-de-ló cuja primeira referência documental data de 1781. Consta das actas  da Irmandade do Senhor dos Passos, que  naquele ano foi oferecido esse doce aos padres que levaram o respectivo andor. No século XIX havia várias receitas de pão-de-ló, sendo a mais típica a que possuía maior humidade de ovos na parte superior. Ao longo do século XX, esta iguaria foi sendo divulgada com muito sucesso por todo o país e mesmo além fronteiras. Do processo original de fabrico, ficaram apenas as formas de barro forradas a papel, tendo sido o restante processo industrializado. No entanto, esta iguaria não perdeu o seu paladar único, que a distingue das restantes, sobretudo pela textura cremosa que lhe é conferida pelos ovos.

                                       (Ilustrações e texto, de um Desdobrável distribuído à População)


Banda Filarmónica Ovarense (Música Velha)





Banda Sociedade Musical Boa União















 A Apresentação da Reedição da Monografia da Freguesia Rural de Ovar,
Concelho de Ovar, no Distrito de Aveiro, pelo Agrónomo João Vasco de Carvalho




 
Fotos de António Mendes Pinto


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