Ovar
Resumo Histórico
A Freguesia de Ovar, rodeada de pinhais, é atravessada pelos ribeiros da Graça e das Lajes. O seu orago é S. Cristóvão, celebrado em Julho, embora na Freguesia muitas outras festividades se realizem, como é o caso das Procissões da Quaresma, as Festas do Mar e o famoso Carnaval de Ovar. Organizado desde 1952, o Carnaval de Ovar é o maior acontecimento turístico da região, atraindo centenas de milhares de visitantes; a preparação deste magnífico acontecimento envolve, durante todo o ano, um grande número de pessoas que executam as máscaras, fantasias, adereços, carros alegóricos, e todas as tarefas de organização.
O topónimo "Ovar" parece vir do baixo latim "villa odoari", "a quinta de Odoaro", embora não seja de excluir a sua ligação a um étimo pré-romano. Designava-se antigamente "Var" e "O Var', daí surgindo os apelativos varino e vareiro aplicados às gentes e às coisas respeitantes a Ovar.
Onde hoje se situa Ovar, existiam antigamente a Vila Ovar e a Vila Cabanões. Do século X, aparece um documento de doação de Cabanões, do rei Ordonho II de Leão ao Bispo de Coimbra, onde se regista que em Agosto de 929 o monge Toresário vendeu uma parte das salinas desta região, ao convento de Moreira. Este documento mostra que, na altura, a indústria do sal tinha aqui grande importância, encontrando-se referências às salinas até ao início do século XIV (supõe-se que tenha desaparecido devido às modificações naturais sofridas pela ria de Aveiro).
Ovar sempre recebeu dos monarcas vários privilégios, entre os quais a isenção do pagamento de lutuosa. Recebeu ainda foral novo de D. Manuel I a 10 de Fevereiro de 1514. Senhorialmente, pertenceu aos Condes da Feira tal como quase toda a área das 'terras de Santa Maria. Extinta a casa, a maior parte dos seus bens e direitos reverteram para a Casa do Infantado. Em 1884, o monarca D. Luís concedeu a Ovar o estatuto judiciário de comarca.
Apesar de os séculos XlX e XX se caracterizarem pela emigração, a população ovarense apresentava ainda nos finais do século XIX um crescimento contínuo, permitindo que fosse terra próspera com os seus negócios de vinhos, cereais, sal, conservas e a ourivesaria, que faziam afluir compradores de todo o país.
A agricultura e as actividades ligadas à pesca sempre foram a base da economia local. Em 1773, chegou a Ovar, vindo de França, João Pedro Mijoulle, que aqui implantou a técnica da salga do
pescado. É anterior a esta época a tradição da arte xávega, cujos excedentes eram postos em salga, conservando-se assim o pescado.
Famoso também de Ovar é o típico pão-de-ló cuja primeira referência documental data de 1781. Consta das actas da Irmandade do Senhor dos Passos, que naquele ano foi oferecido esse doce aos padres que levaram o respectivo andor. No século XIX havia várias receitas de pão-de-ló, sendo a mais típica a que possuía maior humidade de ovos na parte superior. Ao longo do século XX, esta iguaria foi sendo divulgada com muito sucesso por todo o país e mesmo além fronteiras. Do processo original de fabrico, ficaram apenas as formas de barro forradas a papel, tendo sido o restante processo industrializado. No entanto, esta iguaria não perdeu o seu paladar único, que a distingue das restantes, sobretudo pela textura cremosa que lhe é conferida pelos ovos.
(Ilustrações e texto, de um Desdobrável distribuído à População)
A Apresentação da Reedição da Monografia da Freguesia Rural de Ovar,
Concelho de Ovar, no Distrito de Aveiro, pelo Agrónomo João Vasco de Carvalho
Banda Filarmónica Ovarense (Música Velha)
Banda Sociedade Musical Boa União
Concelho de Ovar, no Distrito de Aveiro, pelo Agrónomo João Vasco de Carvalho
Fotos de António Mendes Pinto
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